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Arquitetos: Hiroshi Nakamura & NAP
- Área: 19 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Koji Fujii / TOREAL
Descrição enviada pela equipe de projeto. O casal de clientes, com um profundo amor pela natureza, sempre viveu como se estivesse viajando. Com a crença de que um espaço mínimo, estreitamente conectado a natureza e a comunidade é suficiente para a vida, eles fundaram uma empresa que vende casas pequenas e nos contrataram para projetar a primeira como um modelo.
Há cerca de 3.000 anos, ocorreu uma erupção freática na encosta do Monte Kamiyama, pela qual os Lagos Ashi e Owakudani se formaram. Desde os tempos antigos, as pessoas da região têm reverenciado a imponente existência do Monte Kamiyama e realizado o festival do fogo sagrado, goshinka-sai, para "apaziguar a montanha". O terreno que recebeu o projeto fica a cerca de 2 km de Owakudani, um vale vulcânico cheio de plumas sulfúricas, e ocupa a extremidade sul de uma encosta íngreme, com vários riachos. Parecia que a cabana deveria estar voltada para o sul, em direção ao Monte Kamiyama e Owakudani, enquanto absorvia a luz solar quente, especialmente no inverno. No entanto, a visibilidade das ruas próximas era um problema. Também era necessário evitar o ar pesado contendo sulfeto de hidrogênio e a umidade que fluía perto da superfície do solo. Portanto, decidimos elevar a cabana de 19m² cerca de 5m acima do solo, o que permitiu uma grande janela voltada para o sul e criou uma separação do restante do mundo.
Encontrando um pequeno espaço aberto entre as árvores, erguemos pilares de aço sólidos com 15cm de diâmetro e uma escada que se misturava com a floresta. Na estrutura, inserimos uma cabana de madeira com um deck construído ao redor de uma árvore, um dispositivo ambiental que cria sombra no verão e proporciona luz solar no inverno, quando a árvore perde suas folhas. Os três pilares são projetados para balançar levemente quando o vento sopra ou os habitantes se movem. Dessa forma, a estrutura remete à uma casa na árvore, que é considerada um arquétipo do habitat humano.
Embora o espaço interno seja pequeno, projetamos o ambiente central para se assemelhar a um santuário, buscando refletir sua rica conexão com a natureza e o sentimento das pessoas da região pelo Monte Kamiyama. O átrio de 4,9 m, onde a luz sublime desaba do teto de vidro, é cercado por quatro pilares, no centro dos quais está localizada uma lareira feita sob medida, dedicando o fogo ao lago Owakudani e ao Monte Kamiyama. Os dois pilares de troncos ramificados ao norte são simétricos, como um portão de um santuário, indicando que há um espaço sagrado mais além. Desde dentro da sala, a perspectiva trapezoidal é corrigida, surgindo um espaço quadrado dentro do qual o fogo sagrado é aceso, correspondendo a um altar budista e à cerimônia da queima do fogo nos santuários xintoístas.
Quais sentimentos levam uma pessoa a escolher viver a vida reclusa em um espaço mínimo ou em uma cabana como Saigyo, Kamo no Chomei, Basho e Ryokan ou como os chineses Tao Yuanming e Bai Juyi antes delas? Todos eram viajantes, sem apego à propriedade ou bens materiais. Pensando bem, este volume se assemelha ao chapéu de abas largas do Snufkin, outro bardo eternamente errante que visita o Vale Moomin de Tove Jannson. O projeto é uma experiência em busca da riqueza de uma vida frugal vivida com sensibilidade em relação à natureza e humildade semelhante à fé.
